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DTIBR NEWS #13



Nossa conversa hoje é um pouco mais terrível que de costume, e olha que falamos de ransomware dia sim e dia… bom no outro dia também. A guerra é um fenômeno total, que afeta todos os campos, não dá para evitar. Isso inclui Direito e tecnologia. Então sem mais delongas, à guerra.

 

## A cripto-guerra: Seguindo as operações militares e as sanções estabelecidas pelos governos ocidentais, empresas de diversos setores têm se recusado a continuar operando na Rússia. Mesmo setores não envolvidos nas áreas econômicas cujas sanções são aplicadas têm seguido este caminho. Porém um setor que tem se recusado a participar é o de cripto ativos. O governo da Ucrânia tem requerido que os principais intermediários de criptoativos parem de trabalhar com a Rússia. Há possibilidade de que oligarcas russos possam utilizar tais ativos para evitar as sanções. A maioria destes intermediários tem se recusado a seguir sanções sob a ideia de valores libertários de criptomoedas e direito de propriedade. Críticos têm frisado que a grande razão dos criptoativos é, assim, o apoio à lavagem de dinheiro e atividades ilegais. É possível que governos ocidentais gerem sanções especificamente voltadas a cripto-ativos.

 

## A guerra midiática: O Facebook, além de diversos outros sistemas de mídia tem se tornado parcialmente ou totalmente inacessíveis no território da Federação Russa. Estações de rádio da BBC, Deutsche Welle, Radio Free Europe. O parlamento russo aprovou rapidamente uma medida que prevê até 15 anos de prisão para notícias falsas. Do outro lado, a União Europeia baniu vários canais russos incluindo aí os canais Russia Today e o Sputnik. Foram considerados pelas autoridades europeias “parte da máquina de propaganda do Kremlin”, conforme twitter de Úrsula von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia. Diversas Bigtechs também desceram o martelo na mídia russa. O Youtube bloqueou os canais RT e Sputnik. O Facebook já tinha banido publicidade da mídia russa e removido contas pró Rússia.


O twitter da presidente do bloco europeu abaixo:

https://twitter.com/vonderleyen/status/1497973706831929348

 

## Claro também temos ciberguerra: Diversos Ciber-coletivos e gangues de ransomware mundo afora têm anunciado a tomada de posição no conflito Ucrânia-Rússia. Operações cibernéticas têm sido comuns até o momento, mas de forma nenhuma tão violentas como o conflito militar em si mesmo, a despeito da promessa de ataques à infraestrutura crítica que vários destes grupos têm feito. O caso mais emblemático foi o de diversos coletivos afiliados ao grupo Anonymous que declararam apoio à Ucrânia e realizaram ataques ao Sberbank e ao Ministério da Economia e Desenvolvimento Russo. O próprio governo ucraniano criou um exército de TI através de voluntários, para realizar ataques como DDoS contra websites russos. Também há grupos do lado da Rússia. Um dos grupos de ransomware mais sofisticados do mundo, o grupo Conti declarou suporte aos russos. É interessante notar que um insider do grupo, possivelmente ucraniano, vazou vários dados sobre o grupo revelando parte do modus operandi do grupo, que mais parece uma sofisticada empresa de software que um grupo criminoso. Sugerimos visitar a página do grupo de pesquisa Vx Underground que possui mais informações técnicas. A página do grupo já voltou após sofrer ataques, talvez relacionados ao Conti.


https://www.vx-underground.org/


 

## NFTs chegaram à guerra: NFTs ou tokens não fungíveis são códigos eletrônicos únicos utilizados como um selo de, em tese, propriedade de algum meio digital. Via de regra NFTs têm sido vistos de forma… digamos… controversa, iniciando discussões sobre direito de propriedade em meios digitais. Porém dessa vez NFTs estão sendo usados de forma diferente. Um NFT da bandeira da Ucrânia foi leiloado pelo valor de US$ 6,7 milhões. Esse valor será doado para a campanha Come Back Alive, usada para apoiar as forças armadas da Ucrânia. Por volta de 3271 pessoas compartilharam a propriedade do item digital proporcional ao valor desprendido.

 


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